O que é especulação imobiliária?

Entenda como funciona a prática de comprar um terreno ou imóvel para revender no futuro.

Você provavelmente já ouviu falar do termo “especulação imobiliária” em algum jornal ou mesmo em uma conversa com amigos. Trata-se de uma das principais atividades do mercado imobiliário, na qual se investe em bens imóveis, sejam eles terrenos, casas, apartamentos, edifícios ou salas comerciais, esperando obter um lucro acima da média no futuro.

Esses lucros seriam superiores ao que fossem obtidos com a venda ou aluguel do bem e é baseado não no investimento que o proprietário faz no bem em si ou no uso após adquiri-lo. Ele é proveniente do aumento do preço em solo urbano. Não entendeu? Calma, explicamos melhor no texto abaixo.

Como funciona?

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O primeiro passo do investidor é adquirir um espaço ou terreno que ele tenha a expectativa de que irá valorizar em breve, mas sem fazer o uso dele. Um exemplo clássico é comprar terrenos em áreas urbanas que estejam praticamente vazias, mas que têm potencial para abrigar residências e centros comerciais no futuro, além de escolas e supermercados.

Assim, à medida que aquele ponto da cidade se desenvolve, o terreno em questão torna-se mais valorizado. De modo geral, quanto maior for o interesse das pessoas em viver naquela região, mais o terreno ou imóvel estará valorizado.

Porém, é importante destacar que como em toda aposta de risco, essa expectativa de valorização pode não se concretizar ou demorar mais do que o esperado. Assim, o investidor deve levar isso em conta antes de concretizar uma compra desse porte.

Fatores que influenciam

Uma série de fatores irá influenciar no preço do terreno ou imóvel investido. Um deles são as melhorias na infraestrutura no entorno feitas pelo poder público, como implementação de um sistema de esgoto e de rede elétrica, asfaltamento das ruas, pontos para meios de transporte público e construção de obras, como escolas e postos de saúde. Isso torna a região mais atrativa para morar no futuro.

Relacionado ao ponto anterior está a expansão da área urbana da cidade. Normalmente, os pontos mais distantes da cidade possuem menos infraestrutura, portanto, apresentam menor preço de compra.

Contudo, à medida que a cidade cresce, o valor do terreno ou imóvel sobe, uma vez que além da melhoria da infraestrutura da região, surgem novos pontos ainda mais distantes e, consequentemente, mais baratos.

A escassez de terrenos é mais um fator que pode colaborar para o aumento do preço. É comum que muitos investidores mantenham os terrenos vazios, sem uso algum, por um longo período. Assim, quando os terrenos vizinhos já tiverem sido ocupados, os restantes estão sobrevalorizados. Dessa forma, o investidor aproveita da infraestrutura ao entorno para vender por um preço consideravelmente mais alto.

Consequências

A especulação imobiliária pode trazer uma boa margem de lucro para os investidores, mas também pode provocar problemas, principalmente para as grandes cidades. Um dos principais é que ela pode levar a imóveis e terrenos serem subutilizados ou ficarem ociosos em regiões com boa infraestrutura, já que o investidor fica esperando valorizar ainda mais.

Outra crítica da especulação é que, enquanto o imóvel ou terreno fica parado, as cidades precisam continuar se expandindo para abrigar todos os seus habitantes. Com isso, pessoas com menos dinheiro precisam viver cada vez mais longe, mesmo com a existência de imóveis não utilizados mais próximos das regiões centrais.

A especulação imobiliária não é um crime, já que não se pode impedir as pessoas de investirem em um imóvel visando ter lucro. Entretanto, como contrapartida, é comum que o poder público adote medidas para coibir essa prática. Uma das principais delas é a aplicação de impostos mais altos para bens imóveis que não tenham uso social.